Meu namorado é um mentiroso
“Conheço um mentiroso que é tão mentiroso, que ele chega a acreditar na própria mentira”.
Ingrid Silva uma mulher de 22 anos que passou por uma historia digna de novela. Imagine que ela descobriu que o seu namorado não era ele mesmo, era outra pessoa.
“É tão complicado, no começo você acredita em tudo. E quando vai descobrindo, você percebe que nada foi verdade. Conta uma mentira agora, e para manter essa em pé ele contava mais outras. O que virou uma bola de neve. Não há quem aguente, é uma experiência desagradável.
Eu me senti, enganada, e decepcionada comigo mesma por não ter percebido, mas o importante foi eu ter percebido antes de um problema maior.
O dia em que eu fiquei mais chateada, foi quando descobri a primeira mentira. E descobri que o meu namorado não tinha servido o exercito como contou, que ele não era militar como falava. E que o nome que ele usava não era verdade.
Eu conheci uma pessoa que não era ela, que mentiu, o nome, a idade, o estado civil, a profissão. Ele criou um personagem e estava vivendo uma história, que eu e todo mundo que tinha convivência acreditava.
Eu descobri, depois que já estávamos nos relacionando. Eu fui trabalhar com ele, e um dia, fui arrumar o carro, e por um descuido dele eu achei um documento com data de nascimento e um nome completamente diferente. Com a foto dele.
Na hora, pensei o pior, que era um psicopata disfarçado de ser humano. Eu só pensava, o que ele fez para estar escondendo a identidade agora, e o que ele pretende fazer. É um desespero que dá.
Depois disso, cortei vinculo com ele, e falei a verdade para todo mundo do nosso convívio.
O pior, é que ninguém acreditou em mim, meus amigos, minha família, acharam que era coisa da minha cabeça. Que eu estava exagerando, que eu estava chateada por que o relacionamento não tinha dado certo. Me criticavam por eu ter terminado, porque ele era perfeito, ele fazia tudo do meu gosto, da minha vontade.
Mas com o tempo a verdade veio a tona.
Acabei descobrindo que ele respondeu alguns processos e que até ficou preso por um tempo.
Não tenho mais contato nenhum. Mas é complicado.
Porque quando uma pessoa quer enganar, ela é perfeita, não tem como não acreditar.
Ele disse que era separado, mas na verdade, ele era casado. E para comprovar, me mostrou um laudo falso, que ele mesmo fez, da ex mulher, que ela era doente mental. E ele dizia, “se a minha mulher me procurar não acredita por que ela é louca, tenho aqui um atestado”.
E a mulher dele, me procurou, e ela é uma das pessoas mais conscientes que eu já conheci, só que na época, eu tinha acabado de ver o laudo de que ela era doente mental, eu acabei não acreditando no que ela falava. Mas depois de conversar com ela fiquei com o pé atrás. Porque até os loucos tem sanidade, e esse foi o começo para eu começar a desconfiar. Quando eu conheci ela, percebi que tinha alguma coisa errada. E eu pensava, como uma louca pode falar as coisas sensatas. Tudo que ela falava fazia sentido.
E depois, qualquer coisa que acontecia eu comecei a ficar mais atenta.
Eu trabalha com ele numa serralheria, que era dele, ele instalava o portão eletrônico, com aquele motor, e depois, passava um tempo, e ele voltava na casa, em horário que não tinha ninguém na casa, entrava, tirava uma peça do motor, para que não funcionasse mais.
E quando a pessoa chegava em casa, o portão eletrônico não funcionava, e aí a pessoa ligava pra ele, que cobrava para arrumar, dando alguma desculpa.
Na primeira vez, não achei certo, na segunda não gostei nada. E na terceira vez, pedi o fim do serviço e o do relacionamento.
Depois disso, me infernizou, ia atrás de mim na faculdade. Pedia para que amigos em comum falassem comigo. E quando eu contava tudo o que ele fez, ninguém acreditava em mim.
Mas quando eles contrataram o serviço dele, e passaram pelo que contei, me deram razão. E acreditaram no que tinha acontecido.
Ouça a história da Ingrid Silva.
Quer saber o que a psicóloga e professora do UniBrasil, Ana Suy Sesarino falou sobre a mentira, clique aqui